Começa nesta quarta, 8 de outubro, e vai até 5 de novembro a 2ª Bienal Brasileira de Design, no Museu Nacional Honestino Guimarães, em Brasília.
A primeira edição da Bienal foi realizada em junho de 2006, na OCA do Parque Ibirapuera, em São Paulo, e foi visitada por 35 mil pessoas.
Com curadoria de Fábio Magalhães e Auresnede Pires Stephan, a Bienal abriga vários núcleos expositivos. “São centenas de objetos que mostram a diversidade da produção de design no Brasil, em utensílios domésticos, mobiliário, jóias, equipamentos médico-hospitalares”, afirma Magalhães. “Os produtos são articulados de modo orgânico e procurando dar ao visitante uma visão rica”, diz Magalhães.
Em um dos módulos, curadoria de Adelia Borges selecionou objetos representativos da trajetória de dois grandes designers brasileiros atuantes na indústria: José Carlos Bornancini e Nelson Ivan Petzold.
A 2ª Bienal é uma parceria entre o Movimento Brasil Competitivo, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e o governo do Distrito Federal
*Entrevista com Fábio Magalhães:
Por que fazer uma Bienal de Design em Brasília?
Em primeiro lugar, pela proximidade com as entidades governamentais, possibilitando assim uma visibilidade da produção nacional, o que é um aspecto político. Em segundo lugar. a cidade emblemática do futuro do Brasil e que une a arquitetura e o design contemporâneo. E em terceiro, sair um pouco do eixo Rio-São Paulo, dando ao evento o caráter itinerante, quem sabe uma próxima edição em outra capital brasileira.
As mostras desta edição serão montadas em alguma outra cidade?
Esta edição será somente em Brasília.
O que mudou em relação à primeira Bienal de Design?
A primeira teve um caráter histórico retrospectivo, apresentando as várias décadas – desde 1900 até os anos 2000. Nesta 2a. edição, há uma reflexão da produção atual, das novas tecnologias, dos processos de produção industrial regional, aliada a um primeiro mapeamento da produção criativa nacional. Poderemos observar nesta edição a atuação dos vários órgãos de fomento no setor do design nacional.
Como foram selecionados os projetos participantes da Bienal? Eles são provenientes de ateliês independentes? fábricas? escolas?
Foram consultados os mais diversos órgãos promotores tais como centros de Design, revistas especializadas, os resultados de concursos nacionais e internacionais onde nossos designers participaram e foram premiados e ou selecionados. Levamos em consideração a forma, a função, o grau de inovação e o valor agregado ao produto. Foi um trabalho de consulta e verificação in loco, no Instituto Nacional de Tecnologia (Rio de Janeiro), no Centro de Design de Minas Gerais, em instituições de ensino, no Imaginário Pernambucano, no Centro de Design do Paraná entre outros, nas cidades de Curitiba, Rio de Janeiro, Campina Grande, Recife, Brasília, São Paulo, Manaus entre outras.
Os objetos que estão na Bienal obedecem a algum critério de data de produção?
Estabelecemos o princípio da criação nos dois últimos anos, no entanto, deixamos em aberto alguns casos especiais, que consideramos relevantes. Aproximadamente 20%, quando muito.
Como foi planejada a mostra internacional?
A mostra internacional homenageia o design italiano que influenciou muito o design brasileiro (principalmente depois da década dos anos 60) e que atualmente tem produzido e divulgado produtos brasileiros.
Também haverá uma homenagem especial a Sambonet, que esteve no Brasil no final dos anos 40 e início dos 50, trabalhando com Bardi e Lina na implantação do Masp. Sua presença foi marcante influenciando o design brasleiro e, ao mesmo tempo, levou para Itália uma forte influência da cultura e da natureza brasileira.