Se você procura se alimentar com comida orgânica, é contra o uso de agrotóxicos, se preocupa com o lixo que gera, faz esforço para reciclar, faz compostagem ou pensa em fazer, economiza água e energia ou está reavaliando o seu consumo, você está seguindo alguns dos princípios da Permacultura. E um festival que começou dia 23 e vai até domingo (27), em São Paulo, difunde as ideias e práticas desse sistema.
Cuidar das pessoas, cuidar da terra e partilhar o excedente é o tripé da Permacultura. “Ela desenha ambientes humanos sustentáveis otimizando os recursos disponíveis”, diz Thomas Enlazador, 40, um dos curadores do Reverbere, o primeiro festival latino-americano dedicado ao tema, com workshops, filmes e conversas.
“Permacultura não é o futuro, mas não existirá futuro sem Permacultura”, diz Enlazador. O festival homenageia um dos criadores do conceito, o ecologista australiano Bill Mollison, morto em setembro passado.
Mollison defendia que o mundo natural é a chave para ambientes produtivos. Se inspirou nas práticas de agricultura tradicionais de subsistência, com o uso de espécies adequadas para produzir de forma estável e garantir a regeneração do solo. Ele também estudou as interfaces benéficas entre cultivos e criações de animais. Com a colaboração de David Holmgren, formulou a visão sistêmica que foi difundida a partir dos anos 1970, integrando novas tecnologias a práticas de camponeses e comunidades indígenas.