Reciclável, natural e renovável, a cortiça e a estrela da coleção Materia, desenvolvida com a curadoria do núcleo português experimentadesign, o maior grupo de mobilização, ação e projetos de design daquele país.
Lançada durante o Salão do Móvel de Milão, encerrado no último dia 17, a série de objetos será apresentada ao público português em 5 de maio, em Lisboa.
Materia busca explorar novas formas de utilização da cortiça, revelando a versatilidade do material, por causa de suas qualidades técnicas e táteis. Leveza, plasticidade, impermeabilidade, durabilidade são explorados nos objetos da coleção.
Além de seis estúdios portugueses – Daniel Caramelo, Fernando Brizio, Miguel Vieira Baptista, Pedrita, Marco Sousa Santos e Filipe Alarcao – , a experimentadesign, que idealizou todo o projeto, chamou quatro grupos de fora do país para trabalhar com o material bem conhecido e apreciado pela cultura lusitana. O grupo BIG-GAME, o estúdio francês de Inga Sempé, o japonês Nendo e o britânico Raw Edges.
A corticaria Amorim, uma das mais tradicionais de Portugal, comissionou o projeto.
Portugal é o maior exportador de cortiça no mundo. O país concentra mais de 32% da área mundial de sobro – conjunto de sobreiros, árvore de onde se retira a cortiça – e transforma 70% da produção mundial de cortiça.

Você pode fixar com pins, em alturas variadas, qualquer cupola de papel na luminária Pinha. A Pinha foi desenhada pelo estudio Raw Edges, de Londres
A árvore da cortiça vive em média 200 anos. Começa a ser tratada – descortiçada – aos 25 anos. A partir dos 40 anos de vida do sobreiro, a cortiça obtém qualidade para a produção de rolhas.
“A cortiça é um material fantástico, natural e com um forte apelo emocional que não foi ainda explorado completamente”, disse a curadora Guta Moura Guedes, organizadora e curadora da experimentadesign, sobre o projeto, para a Domus Itália. A intenção coleção foi criar objetos simples e inovadores com este material que é comum e conhecido.