A quantidade de materiais descartados continua a crescer no Brasil, descolada de outros indicadores importantes em queda ou estabilidade. O total dos chamados Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) aumentou 1,7% de 2014 a 2015, período em que o PIB caiu 3,8% e a população cresceu a uma taxa bem menor: 0,8%.
Os dados fazem parte do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2015, estudo realizado anualmente pela Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais) com informações enviadas pelos municípios, e que foi divulgado na quinta (6).
A desconexão entre os índices indica que a crise econômica pode fazer diminuir o padrão e o preço do que é consumido, mas não tem alterado os hábitos de consumo no sentido de conter o desperdício. Além disso, a eventual troca de um produto caro por um mais barato não diminui a quantidade ou o volume de embalagens descartadas e nem de material orgânico inutilizado.