O sistema do lixo nas ruas de Nova York chamou a atenção de Eduardo Ferreira de Paula, que visitou a cidade no mês passado. Nas calçadas perto do hotel em que se hospedou, ele observou dois tipos de sacos: pretos com lixo misturado e transparentes com recicláveis. Viu catadores de recicláveis recolherem os sacos transparentes, privilegiando os que tinham plásticos e latinhas e levarem até postos de entrega mecanizados que retornam tíquetes de acordo com o peso do material entregue. Os tíquetes viram vale alimentação ou dinheiro. Ele não notou nenhuma conexão ou organização entre os catadores.
Eduardo Ferreira de Paula é um dos mais antigos integrantes do Movimento Nacional dos Catadores de Recicláveis (MNCR), entidade brasileira que tem 13 anos e que se formou com o objetivo de defender condições de trabalho e remuneração justas, reconhecimento ao papel ambiental dos catadores e a inclusão de suas cooperativas na cadeia econômica da reciclagem. O MNCR teve papel fundamental na estruturação da lei brasileira que regulamenta o setor, considerada avançada por especialistas em gestão de resíduos.
Com mais oito representantes do MNCR, dos estados de São Paulo, Paraná, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Sergipe e Minas Gerais, Ferreira de Paula participou de um painel sobre sustentabilidade e combate à pobreza, evento paralelo à 69ª Assembleia-Geral das Nações Unidas e que foi realizado na Universidade de Columbia, dia 24 de setembro.